Soja sobe mais de 1% na semana em Chicago
A semana deveria ter terminado com algumas novidades no mercado da soja dada a chegada dos novos números do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) em seu novo boletim mensal de oferta e demanda. No entanto, o relatório veio sem qualquer mudança significativa para a oleaginosa - tanto nos EUA quanto na América do Sul - e frustrou os analistas, consultores e traders. Apesar disso, o mercado em Chicago parece ter ignorado essa falta de novos dados - esperados, principalmente, entre as exportações e os estoques finais dos EUA dada a conhecida intensidade da demanda - voltou a subir e terminou a sessão desta sexta-feira (9) com ganhos de mais de 10 pontos entre os principais vencimentos. Na semana, os principais contratos subiram mais de 1%, com o março/17 valendo US$ 10,37 e o maio/17, referência para a safra brasileira, com US$ 10,56 por bushel. Para o consultor Carlos Cogo, o mercado internacional da soja carrega "claramente" uma tendência ainda firme de alta. "Temos a safra americana consolidada no maior nível da história, estoques finais altos nos EUA e o mercado ignora isso porque a demanda é muito firme, principalmente por conta do farelo, e o óleo ajudou muito este ano também", diz. Mesmo sem alterações, os atuais números da demanda já são fortes o suficiente para refletir o potencial da demanda nesta temporada. A projeção do USDA é de que os EUA exportem 55,79 milhões de toneladas de soja e, até esse momento, quase 80% desse total já está comprometido. Além disso, o ritmo dos embarques é bem superior ao do ano comercial 2015/16. E os últimos números das importações chinesas confirmam esse quadro. Segundo as informações da alfândega chinesa, as compras de soja do país alcanaçaram, em novembro, 7,84 milhões de toneladas, registrando um aumento de mais de 50% em relação ao volume de outubro e ainda 6% maiores do que as importações de novembro de 2015. Ainda nesta semana, as especulações - e preocupações - sobre a nova safra de soja da América do Sul cresceram e também serviram de estímulo ao andamento das cotações em Chicago, já que ganharam espaço no radar dos traders. O quadro climático na Argentina, em função da falta de chuvas, é o que mais preocupa. "A oferta composta da América do Sul vai responder por 53% de toda a produção prevista para a safra 2016/17, então, evidentemente, se houver algum problema com a safra sulamericana, pode haver um impacto altista sobre os preços. É uma participação muito grande na oferta global e que ainda está em fase de plantio, então, o mercado, de certa forma, está colocando um prêmio de risco climático sobre as cotações futura, independente de não estarmos com um grave problema de clima, a não ser essa estiagem que ocorreu na Argentina", explica Cogo. Fonte: PorkWorld
|