Workshop do CBNA debate contaminantes e resíduos de alimentos
Estas foram as principais respostas debatidas com intensidade pelos pesquisadores, especialistas e profissionais envolvidos com a indústria da proteína animal brasileira, que durante dois dias participaram no Instituto Agronômico de Campinas (SP) do “Workshop sobre Alimentos Seguros”, promovido pelo Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Suínos e Aves) no início de março. Foram realizadas plenárias divididas em dois módulos. As implicações sobre o destino dos animais mortos nas propriedades e os contaminantes e resíduos em alimentos. Tudo sob a coordenação do pesquisador da Embrapa Suínos e Aves e Ph.D. em Nutrição Animal, Gustavo Júlio Mello Monteiro de Lima, que destacou a polêmica questão que trata da reutilização dentro das granjas. “É importante continuarmos a produzir alimentos em quantidade satisfatória com a máxima qualidade e, acima de tudo, sob rígidos aspectos de segurança. Para nós, a melhor maneira de descarte ainda é um eficiente sistema de compostagem e que não sejam utilizadas farinha de ossos, vísceras ou penas para a garantia da qualidade nutricional aplicada no campo”, destacou Gustavo Lima. Mesmo com rígidos controles ao longo de toda a cadeia produtiva, os riscos de doenças transmitidas por alimentos persistem. Estimativas do Centro para Controle de Doenças dos Estados Unidos indicam que 48 milhões de americanos adoecem todos os anos devido às doenças transmitidas por alimentos, sendo que 128 mil são hospitalizados e três mil morrem. A crescente demanda dos consumidores por alimentos seguros e naturalmente nutritivos impõe a necessidade de uma agenda nacional cada vez mais atenta aos processos de produção primária, processamento e distribuição e seus respectivos controles. As doenças transmitidas por alimentos também fizeram parte do programa. “É preciso que o sistema de vigilância sanitária seja altamente eficiente e as pesquisas avancem para garantir segurança total. A cada ano, 10% da população mundial adoece e 33 milhões de horas de vida saudável são perdidas em decorrência de doenças”, alertou a pesquisadora Marisa Ribeiro Cardoso, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Um procedimento que deve ser encarado de frente por toda a cadeia. “É preciso barrar a entrada de contaminantes na casa do consumidor com uma estratégia de gerenciamento de riscos e uso de novas tecnologias. Basta ver a Salmonella, que ainda é o patógeno que oferece o maior risco de contaminação aos seres humanos e animais. E os animais infectados são uma fonte de contaminação para outros animais. Logo, é vital implementar um sistema de gestão de segurança de alimentos sob comando das indústrias, apoio dos órgãos governamentais e participação ativa complementar de produtores e varejo”, defendeu a consultora do Sindirações, Ângela Pellegrino Missaglia. O encontro ainda abordou à polêmica em torno do uso dos antibióticos, os resíduos de ractopamina em carnes, farinhas e ossos de Suínos”, além das principais análises realizadas atualmente pelo Laboratório Nacional Agropecuário (Lanagro).
Fonte: PorkWorld
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