Cenários que podem nortear as discussões no SIAVS 2015
A suinocultura mundial vive sob o impacto de duas ocorrências sanitárias que têm afetado a produção e a comercialização de carne suína, principalmente na Europa e nos Estados Unidos: a diarreia suína epidêmica (PED) e a peste suína africana. Como quarto maior produtor e exportador, o Brasil tem sentido os efeitos desses dois eventos na elevação do faturamento de suas exportações e no preço médio. Em junho, as exportações de carne suína aumentaram 8,21% em volume (43,96 mil toneladas) e 69,81% em valor (US$ 167,25 milhões) em relação a junho de 2013. A disseminação da PED nas Américas (EUA, Canadá, México, Colômbia e Peru) e na Ásia (Japão e Coreia do Sul) e a consequente redução da produção em mercados-chave são responsáveis pela elevação dos preços internacionais e pelo redirecionamento dos fornecimentos. Na Rússia, os preços subiram após o banimento naquele mercado das importações de carne suína da Europa, em seguida à descoberta da peste suína africana na Polônia e na Lituânia. A suspensão das compras pela Rússia afetou 1,3 milhão de toneladas de carne suína, cerca de um terço do volume total importado pelos russos, de acordo com o Rabobank. O Brasil é uma alternativa para suprir o mercado russo, uma vez que a Europa e os EUA estão com problemas sanitários em seus rebanhos. Pelas projeções do Rabobank, o impacto da PED ainda poderá ser sentido em 2015 e até mesmo em anos posteriores. O principal efeito é a redução na produção global. Por motivo totalmente diferente, pois o País está livre das duas enfermidades – a PED e a peste suína africana –, o Brasil também vem registrando queda na produção. Esta totalizou 1,39 milhão de toneladas entre janeiro e junho deste ano, uma redução de 0,57% em relação ao primeiro semestre de 2013. A tendência é que a produção de suínos, no Brasil, focalize mais a área de gestão do que novos investimentos. Não se prevê grande aumento no tamanho do rebanho, nos próximos anos. Os investimentos que têm sido feitos no setor são mais relacionados à compra de empresas do que à instalação de novos empreendimentos. O Brasil se tornou um país caro para a produção. Os custos aumentaram muito em função da mão de obra cara e dos juros elevados. Do lado do consumo interno de carne suína, nota-se que os atuais 15 Kg per capita já estão computados no fenômeno de inclusão social no Brasil. Portanto, temos um cenário de mercado interno com demanda e oferta ajustadas, o que favorece preços estáveis e em elevação, sobretudo em conjunturas mais competitivas na concorrência entre as carnes. No mercado externo, o cenário que se apresenta é de boas perspectivas para a carne suína brasileira, que já vem experimentando oportunidades em decorrência da disseminação da PED e da peste suína africana em mercados concorrentes. O Brasil já conseguiu abrir mercados significativos para a sua carne suína, como EUA, Japão e China. Na agenda da ABPA, a busca por novos mercados ocupa lugar de destaque. Nesse sentido, informamos que estão em fase adiantada as negociações para acesso aos mercados do México e da Coreia do Sul. As dinâmicas internas e externas no setor de proteína animal, como as relacionadas aos cenários aqui expostos, serão analisadas no Salão Internacional de Avicultura e Suinocultura (SIAVS) da ABPA, que acontecerá nos dias 28 a 30 de julho de 2015, no Parque Anhembi, em São Paulo (SP). O evento contará com exposição de empresas das cadeias produtivas da avicultura e suinocultura brasileiras. A programação incluirá uma série de palestras técnicas e conjunturais. Iniciativas internacionais, como o SIAVS, são sempre bem-vindas, pois uma alavanca positiva dos negócios é a capacidade de visão futura de quem empreende. E, para isso, é necessário que os empresários das cadeias produtivas suinícola e avícola entrem em contato com novas ideias, novas tecnologias, novos mercados e estudos sobre tendências nas áreas de produção, industrialização e consumo. Fonte: PorkWorld
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