É difícil ser otimista em um cenário de crise interna, como a do Brasil, e de desacertos na economia mundial, como os indicadores apontam. Mesmo diante de tanta incerteza, o produtor de soja do Brasil deverá ter mercado garantido para seu produto. A importação de alimentos da China, país que é um dos pivôs dessa crise mundial, não arrefece. E, quando se trata de soja, o Brasil ganha a preferência dos chineses.As importações atuais da oleaginosa feitas pelos chineses vão no caminho inverso ao do PIB (Produto Interno Bruto). Crescente até 2007, quando atingiu 13% no ano, o PIB começou a frear, recuando para 6,9% em 2015.
Mesmo assim, a importação de soja manteve uma escalada, somando 81.7 milhões de toneladas em 2015, segundo o Bureau Nacional de Estatísticas da China.
Daniele Siqueira, analista da AgRural, diz que dois motivos movem o gigante asiático nessa escolha.
Primeiro, mesmo com o PIB em declínio, a China compra e vai comprar soja porque é um produto básico para a alimentação. Além disso, a mudança de renda de boa parte da população, que incorporou mais proteína no dia a dia, obriga o país a importar mais soja porque é um dos itens básicos para ração.
Outro motivo para essa compra é que o preço internacional caiu em dólar. Com capacidade ociosa de armazenagem, eles aumentam os estoques, segundo Daniele.
“O PIB não afeta o padrão alimentar deles, que aproveitam os preços baixos”, disse ela. As importações de 2015, ao atingirem 81.7 milhões de toneladas, superaram em 10.4 milhões as de 2014.
Dados da AgRural apontam a preferência dos chineses pelo produto brasileiro. Em 2015, a participação dos EUA nas importações dos chineses caiu de 42% para 35%, enquanto a dos brasileiros subiu de 45% para 49%.
Entre os motivos desse apetite chinês no Brasil está a elevada produção da região. Assim como os brasileiros, os argentinos também elevaram a participação na fatia das importações da China, saindo de 8%, em 2014, para 11% em 2015.
Outro motivo da opção dos chineses pela soja brasileira é o câmbio. A desvalorização do real tornou o produto brasileiro mais competitivo.
Fonte :Suinoculturaindustrial