ABPA divulga balanço dos setores suinícola e avícola de 2014 com projeções para o ano de 2015
Aconteceu na manhã desta terça feira a entrevista coletiva da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) com o balanço do ano de 2014 para a avicultura e para a suinocultura. O evento foi realizado no Hotel InterCity Address Faria Lima na cidade de São Paulo e contou com a presença de Francisco Turra, presidente executivo da associação, Ricardo Santin, Rui Vargas, vice presidentes de avicultura e suinocultura respectivamente, além do Diretor Financeiro e Administrativo José Perboyre e do diretor técnico Ariel Mendes. Durante a entrevista que durou cerca de duas horas e meia, os diretores apresentaram os números da avicultura e da suinocultura neste ano de 2014, bem como as principais projeções para o mercado de proteína animal para o ano de 2015. SUINOCULTURA Produção Conforme as projeções da ABPA, o Brasil deverá produzir 3,47 milhões de toneladas de carne suína em 2014, crescendo 1,75% em relação a 3,41 milhões de toneladas em 2013. A explicação para esse pequeno crescimento remete-nos aos acontecimentos de 2012, quando a suinocultura brasileira sofreu os efeitos da escassez de milho, principal matéria-prima da ração. Os custos de produção se elevaram e, em consequência, houve redução do plantel de matrizes, que se estabilizou em 1,5 milhão de cabeças. A boa notícia é que a suinocultura brasileira revela um viés de recuperação em 2014, graças ao aumento substancial de produtividade e à reposição de matrizes, que apressa a mudança do padrão genético. "O aumento na produtividade significa número maior de leitões por porca. Além disso, a sanidade só vem melhorando. O resultado é que a suinocultura está equilibrada. A demanda e a oferta estão ajustadas internamente", destaca Rui Eduardo Saldanha Vargas, vice-presidente de suínos da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). O ano de 2014 foi positivo, também, pelo lado dos preços no mercado interno. Com oferta menor de carne suína, o produtor recebeu mais pelo que entregou. Na concorrência com a carne bovina, a suína levou vantagem em função de preços mais atraentes, analisa o presidente-executivo da ABPA, Francisco Turra. A disponibilidade, ou a oferta interna, em 2014, é estimada em 3,01 milhões de toneladas, o que indica um consumo per capita de 14,63 Kg, abaixo do potencial de consumo, que é de 15 Kg. "Como se vê, 2014 foi um ano de equilíbrio entre oferta e demanda", completa Turra. Exportações (Jan a Nov) Até novembro, as exportações de carne suína (97% do que é embarcado são produtos in natura - carcaça, cortes, como paleta e pernil, e miúdos) somaram 455,82 mil toneladas e receita de US$ 1,48 bilhão, queda de 5,0% no volume e aumento de 17,9% no valor, na comparação com os onze primeiros meses de 2013. Com 172,97 mil toneladas nesse período, a Rússia liderou o ranking dos importadores da carne suína brasileira em 2014, com uma participação de 37,9%. Os russos compraram, de janeiro a novembro, US$ 766,03 milhões, uma elevação de 101,5% ante igual período de 2013. O segundo maior mercado comprador, com 22,1% de participação, foi Hong Kong, que nos primeiros onze meses de 2014 importou 100,97 mil toneladas, variação negativa de 10,2% ante janeiro-novembro de 2013. Em receita, a queda foi de 5,8% (US$ 253,44 milhões). Angola, com participação de 10,3%, se posicionou em terceiro lugar no ranking dos importadores, no acumulado do ano até novembro. O país africano importou 46,91 mil toneladas, crescimento de 4,1% ante igual período do ano passado. O faturamento foi de US$ 84,79 milhões, aumento de 1,2%. Singapura foi o quarto principal mercado para as vendas de carne suína de janeiro a novembro, tendo comprado 6,6% do total embarcado. Foram 29,95 mil toneladas, crescimento de 13,6% na comparação com igual período de 2013. O faturamento ficou em US$ 88,43 milhões, uma elevação de 15,2%. O Uruguai ocupou a quinta colocação e participou com 4,1% do total vendido pelo Brasil no período. O país sul-americano importou 18,75 mil toneladas por US$ 56,58 milhões, queda de 3,6% na comparação com o mesmo intervalo de 2013. Previsão de vendas externas em 2014 A ABPA prevê encerrar o ano com vendas externas totais de carne suína ao redor de 505 mil toneladas, 12 mil toneladas a menos do que em 2013 (517,33 mil toneladas). O faturamento deverá se situar em torno de US$ 1,7 bilhão, em relação a US$ 1,36 bilhão no ano passado - elevação de 25%. Apesar da pequena queda em volume, a estimada receita, superior em cerca de US$ 400 milhões, deverá ser obtida com o aumento dos preços internacionais, que, no acumulado do ano até novembro, tinha sido de 24,1%. O preço médio da tonelada foi de US$ 3,25 mil no período. A elevação dos preços se deveu à redução dos volumes de carne suína no mercado externo, em função de dois eventos sanitários: a diarreia suína epidêmica (PED) e a peste suína africana. Também contribuiu para o aumento das cotações a guinada da Rússia, que, a partir de agosto, decretou embargo à carne suína exportada pelos EUA e pela União Europeia, uma vez que esses dois parceiros se envolveram no conflito da Ucrânia e, por essa razão, têm sofrido retaliação de Moscou. A Rússia, depois do Japão, é o segundo maior importador mundial de carne suína. O Brasil ganhou com a decisão russa, pois passou a vender mais para aquele mercado, embora os exportadores brasileiros enxerguem essa oportunidade com cautela, recomendada ainda mais pelo histórico de inconstância nas importações de carne suína brasileira por aquele país. Em vários momentos, nos últimos anos, a Rússia habilitou e desabilitou frigoríficos do Brasil. Neste contexto, também são favoráveis as expectativas em torno da retomada dos embarques para a África do Sul, com a reabertura deste mercado, ocorrida em novembro. Fonte: Suinocultura Industrial adaptado pela equipe CIA/UFPR
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